Policiais civis da Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (Deapti) do Rio de Janeiro deflagraram nesta quarta-feira (10) a Operação Sol Poente para desarticular uma quadrilha acusada de roubar mais de R$ 720 milhões uma idosa de 82 anos, viúva de um dos maiores colecionadores de arte do país.
Uma das pessoas presas na ação policial foi filha da idosa, identificada como Sabine Coll Boghici, suspeita de articular o golpe milionário contra a própria mãe.
De acordo com a investigação da polícia, Sabine mantinha um relacionamento com Rosa Stanesco Nicolauque, que se apresentava como vidente e é conhecida como Mãe Valéria de Oxossi.
Rosa Stanesco Nicolauque e junto com uma meia-irmã, uma prima, o padrasto e o filho são suspeitos de participar do golpe milionário. Entre itens roubos estão obras de arte de artistas renomados e jóias, além de transferências bancárias.
O Golpe
As investigações indicaram que o golpe articulado pela filha da vítima começou a ser aplicado em janeiro de 2020, no momento em que a idosa, viúva de um grande colecionador de arte e marchand, saía de uma agência bancária, em Copacabana, na zona sul do Rio.
De acordo com a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), a senhora foi abordada por uma mulher que se apresentou como vidente e dizia que sua filha estaria doente com expectativa de morte em breve.
Na época a mulher perguntou a idosa onde a filha morava e se possuía objetos de valor, o que acarretou a desconfiança da idosa, que não respondeu às indagações. A mulher então disse que seria melhor que ela procurasse outra pessoa, de confiança, para salvar a vida da filha.
Elas seguiram então para a casa de Rosa Stanesco Nicolau, conhecida como Mãe Valéria de Oxossi. Após jogar búzios e colocar cartas, a mulher novamente confirmou que a filha estaria com “espírito ruim” que a levaria a morte e pediu o pagamento pelo serviço.
Investigação
Conforme o Gilberto da Cruz Ribeiro, titular da Deapti, foi a própria idosa que procurou a delegacia, em janeiro. Na época a vítima estava “muito assustada com tudo que aconteceu” e “após tomar coragem, contratou um advogado” e denunciou a filha.
As investigações ainda apontaram que alguns dias depois do início do falso tratamento, a filha começou a isolar a própria mãe das pessoas de convívio rotineiro.
Quando, em fevereiro de 2020, a vítima desconfiou que a filha agia em comum acordo com as falsas videntes envolvidas na fraude, ela resolveu suspender os pagamentos a eles. A partir de então sua filha passou a agredi-la e a negar comida.
De acordo com as informações Rosa Stanesco Nicolau chegou a frequentar a residência da vítima para lhe ameaçar e lhe agredir a fim de que ela fizesse os pagamentos.
UOL
0 Comentários